Dra. Eloíza Quintela

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Desde 01/08/2007

Tratamento clínico

Manutenção das condições cardiorrespiratórias: Prevenir aspiração

Reposição volêmica: Iniciar com cristalóides.
Outras medidas terapêuticas:

“A e B” – Manutenção das vias aéreas. A intubação traqueal está indicada quando há risco de aspiração por hematêmese volumosa ou rebaixamento do nível de consciência.

“C” – Acesso venoso: Infusão imediata de cristalóides e concentrado de hemácias conforme o estado hemodinâmico. O hematócrito deve ser mantido entre 25 e 30%.

“D” – Correção de déficits de coagulação e distúrbios eletrolíticos. Drogas para o tratamento da doença péptica (ranitidina ou omeprazol IV), octreotide e antibioticoterapia profilática nos pacientes cirróticos.

“E” - Endoscopia digestiva alta: reduz a mortalidade, complicações e custos hospitalares. Para o tratamento da hemorragia digestiva alta varicosa há como opções terapêuticas: balão de Sengstaken-Blakemore (na indisponibilidade ou falha do tratamento endoscópico) e TIPS (“transjugular intrahepatic portosystemic shunt”).

Esclerose ou ligadura elástica endoscópica das varizes de esôfago exerce papel fundamental no manejo dos pacientes cirróticos, pois permite a confirmação do local do sangramento concomitante com o tratamento, sendo esta a terapia de escolha na maioria dos casos.

Após o tratamento com escleroterapia está indicada a utilização de bloqueadores H2, sucralfato ou inibidores da bomba de próton no intuito de prevenir e tratar as complicações descritas anteriormente.


Tamponamento com balão (Sengstaken-Blakemore)

A indicação do tamponamento com balão está cada vez mais restrita e não deve ser utilizado como primeira alternativa, limitando-se apenas aos casos de hemorragia maciça não controlada com a terapia endoscópica e/ou farmacológica. Este tamponamento produz uma hemostasia temporária através da compressão direta das varizes na junção esofagogástrica, sua eficácia varia de 40% a 90%. A recidiva do sangramento pode ocorrer em aproximadamente 50% dos casos nas primeiras 24 horas após a desinsuflação do balão.

Shunt Portosistêmico Transjugular Intra-Hepático

A intervenção radiológica permite a colocação de uma prótese conectando a veia hepática e a veia porta. O shunt portosistêmico transjugular intra-hepático (TIPS) está indicado na fase aguda quando o tratamento endoscópico não for efetivo, que é definido como a hemorragia varicosa recorrente após duas intervenções endoscópicas, durante a mesma internação, promove a hemostasia em 73% a 96% dos casos.
A encefalopatia pode ocorrer em 25% a 75% dos casos.

Principais medicamentos utilizados para tratamento da HDA.

MEDICAMENTOS DOSE PRINCIPAIS EFEITOS COLATERAIS

ANTIÁCIDOS
Hidróxido de alumínio ou de magnésio

 

ANTAGONISTA DE RECEPTOR H2
Ranitidina

 

 

Cimetidina

 

 

INIBIDOR DA BOMBA DE PRÓTON
Omeprazol

 

 CITOPROTEÇÃO
Sucralfato

Misoprostol (agonista da prostaglandina)

VASOCONSTRIÇÃO
Vasopressina

 

 

Somatostatina

- 0,5-1,0 ml/Kg/dose 1-4 h VO, não exceder 30 ml/dose e ajustar para manter pH gástrico > 4

 

- 4 a 6 mg/Kg/dia dividido 3 doses IV ou de 6 a 10 mg/Kg/dose dividido 2-3 doses VO, máximo de 150mg/dose. Infusão contínua de 0,1 a 0,25mg/Kg/h.

 

- 20 a 24 mg/Kg/dia dividido 4 doses IV ou VO, máximo de 2,4g/dia.
  Infusão contínua de 35 a 50mg/1,73m²/h.
 

-  0,7-3,3 mg/Kg/dose cada 12-24h IV ou VO, máximo 40mg.

 

- 1g/1,73m²/dose dividido em 4 doses VO, máximo de 4g/dose.
- 100-200mg cada 6-8h VO.

 

- 0,3U/Kg IV em 20 a 30 minutos, máximo de 20U. Seguido de infusão contínua de 0,001U/Kg/min, podendo ser aumentada a cada 2h até atingir 0,01U/Kg/min.
- 1 a 2 mg/Kg IV em 5 minutos, máximo de 250mcg. Seguido de infusão contínua de 1 a 2 mg/Kg/h, máximo de 250mg/h.
- 1 mg/Kg  IV em bolo, máximo 100mg. Seguido de infusão contínua de 1m/Kg/h, máximo de 50mg/h.
1 mg/Kg/dose (máximo 100mg) cada 8-12h subcutâneo.

- 0,5-1mg/Kg/dia dividido em 3 doses. Ajustar de acordo com a freqüência cardíaca.

- 20mg/Kg/dose cada 12h VO, máximo de 1,5 g
- 7,5 mg/Kg/dose cada 12h VO, máximo de 500mg

- 10mg/Kg/dose cada 12hVO,  máximo de 500mg

- Risco de pneumonia nosocomial, diarréia, constipação, interferência com absorção de medicamentos, depleção de fósforo e hipermagnesemia.

- Arritmias cardíacas, neurotoxicidade, interação medicamentosa, nefrotoxicidade, cefaléia, insônia e distúrbios gastrintestinais.

- Arritmias cardíacas, neurotoxicidade, interação medicamentosa, nefrotoxicidade,  hepatotoxicidade, cefaléia, insônia, mialgias, reações hipersensibilidae e distúrbios gastrintestinais.

- Diarréia, cefaléia e reações cutâneas.

 

- Constipação e náuseas.

- Náuseas, diarréia, distúrbios ginecológicos.

 

- Arritmias cardíacas, isquemia miocárdica e cerebral, hipertensão arterial e hiponatremia.

 

- Efeitos cardiovasculares discretos, náuseas e vertigem.

 

- Efeitos cardiovasculares discretos, náuseas e vertigem.

 

 

- Broncoespasmo, insuficiência cardíaca,  bradiarritmias e hipotensão.

 

- Reações de hipersensibilidade, náuseas e diarréia.
- Náuseas, vômitos, diarréia e elevação das transaminases

- Náuseas, vômitos, anorexia, prurido, urticária, confusão e alucinações.


*Para 80% a 90% de erradicação do H. pylori usar claritromicina + metronidazol ou claritromicina + amoxicilina juntos com omeprazol duas vezes por dia por 1 a 2 semanas. IV= intravenoso, VO = via oral.

A combinação do tratamento endoscópico com a octreotide apresenta uma efetividade maior com menor risco de complicações.