Dra. Eloíza Quintela

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Desde 01/08/2007

Candidíase oral ou "sapinho"

 

A Candida albicans é a causadora mais freqüente de infecção fúngica humana e, sem duvida, a causa mais comum no envolvimento fúngico oral. O microorganismo é um habitante normal da cavidade oral em 30 a 40% da população. Quando a flora da cavidade oral é perturbada pela antibioticoterapia ou em indivíduos que apresentam diabetes mellitus, xerostomia, perturbação da imunidade ou debilidades severas, este comensal, normalmente inócuo, pode proliferar até causar lesões.
A candidíase oral é dividida em manifestações agudas e crônicas. Destaca-se nas formas agudas a candidose pseudomembranosa e a atrófica. Sendo a primeira mais comum e conhecida (o sapinho) podendo surgir em qualquer idade de recém nascidos a idosos. É vista mais freqüentemente como uma placa branca ou branco-amarelada, que pode ser removida por raspagem, deixando uma área vermelha ou com sangramento. Pode ser encontrada em qualquer lugar da boca e também nos órgãos genitais, normalmente não causa dor.
As candidoses atróficas crônicas são representadas pelas estomatites ou palatites por prótese. Estão relacionadas com uso de próteses, principalmente totais superiores e ocorrem em cerca de 65% dos pacientes geriátricos.


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A Candidíase pode se apresentar de outras maneiras:

  • Como candidíase eritematosa, uma área avermelhada no palato e na língua;
  • Como pontos avermelhados na parte interna da bochecha;
  • Como queilite angular (conhecida como boqueira), que são fissuras ou rachaduras nos cantos da boca que podem estar associadas a úlceras, vermelhidão e placas brancas. Normalmente causa dor ao abrir a boca.

 

Terapêutica:
O primeiro passo no tratamento das candidiases é corrigir os fatores predisponentes. Em termos de terapêutica são utilizadas substancias com atividade anti fúngica como:

 

  • Nistatina
  • Fluconazol
  • Clorhexidina
  • Violeta genciana
  • Mioconazol
  • Clotrimazol
  • Própolis

 

A utilização de medicamentos antifúngicos é preferido para utilização tópica com objetivo de minimizar efeitos adversos decorrentes do tratamento.

 

  • Nistatina:

Antibiótico com atividade fungicida e fungistatica contra fungos e leveduras Indicada no tratamento e profilaxia daa candidiase orofaríngea. Contra indicado para pacientes com hipersensibilidade a droga e gestantes. As preparações tópicas devem conter 100.000UI/g. cremes e géis devem ser utilizados 2 a 3 vezes ao dia. A suspensão oral de 100.000UI/ml é administrada 4 vezes ao dia.

  • Fluconazol:

Agente antifúngico predominantemente fungistatico. Indicado para candidiase disseminada e mucocutanea crônica.

  • Miconazol:

Inibe a síntese de ergosterol essencial para manutenção da membrana fúngica.

  • Clotrimazol

Antifúngico considerado de amplo espectro.

 

  • Digluconato de Clorhexidina:

Sugerido para tratamento da candidiase oral em solução aquosa  a 0,2%

  • Própolis:

Descrição
Própolis é uma substância composta por material resinoso e balsâmico coletado pelas abelhas, amplamente utilizado pela população com diferentes finalidades terapêuticas. O extrato alcoólico de própolis é um produto concentrado obtido a partir da própolis tendo o álcool como solvente.

Constituintes
O extrato alcoólico do própolis é constituído de: resinas e bálsamos aromáticos; ceras; óleos essenciais; grãos de pólen; minerais: alumínio, cálcio, estrôncio, ferro, magnésio, silício, titânio, bromo e zinco; vitaminas: provitamina A e todas as vitaminas do complexo B. Até o presente momento, já foram identificados mais de 200 compostos químicos no própolis, dentre os quais flavonóides, ácidos aromáticos, terpenóides, aldeídos, álcoois, ácidos alifáticos e ésteres, aminoácidos, esteróides, açúcares.

Propriedades
a) Atividade antifúngica Estudo mostrou que o extrato etanólico de própolis demonstrou atividade inibitória sobre 17 cepas de dermatófitos e sua ação era igual ou superior a alguns medicamentos antifúngicos. Verificou-se recentemente que o extrato etanólico de própolis reduziu a porcentagem de germinação e a produção de aflatoxina do fungo Aspergillus flavus.

b) Atividade antibiótica
A atividade antibiótica in vitro da própolis foi verificada contra várias linhagens de bactérias Gram positivas (Bacillus brevis, B.polymyxa, B.pumilus, B. sphaericus, B. subtilis, Cellulomonas fimi, Nocardia globerula, Leuconostoc mesenteroides, Leuconostoc mesenteroides, Staphylococcus aureus e Streptococcus faecalis) e Gram negativas (Aerobacter aerogenes, Alcaligenes sp., Bordetella bronchiseptica, Escherichia coli, Proteus vulgaris, Pseudomonas aeruginosa e Serratia marcescens).

c) Atividade Antiinflamatória
Em vários modelos in vitro o própolis apresentou uma inibição da agregação plaquetária e da síntese de eicosanóide, sugerindo uma poderosa atividade antiinflamatória.

d) Atividade Antioxidante
Em estudos laboratoriais, verificou-se que os compostos presentes na própolis atuam como um excelente antioxidante inibindo a formação de radicais livres.

e) Atividade anestésica
Há na literatura vários relatos sobre o efeito anestésico da própolis, os quais relatam que o extrato de própolis foi capaz de produzir um efeito anestésico total em córneas de coelhos.

f) Atividade antiprotozoária
A atividade antiprotozoária da própolis foi confirmada em inflamações provocadas por Trichomomas vaginalis. Posteriormente, verificou-se o efeito do extrato de própolis sobre o crescimento in vitro do parasita Giardia lamblia, o qual apresentou um efeito inibitório de 98%.

g) Atividade antiviral
As pesquisas têm mostrado um efeito positivo da própolis sobre a virulência e a duplicação de algumas linhagens de vírus, tais como: herpes, adeno vírus, coronavírus, rotavírus.