Cirrose no Fígado
o fígado cirrótico tem uma superfície que não é lisa e que se encontra coberta por múltiplos nódulos pequenos ou grandes.
Sintomas
Geralmente as pessoas que possuem cirrose não tem sintomas e permanecem sem sintomas durante muitos anos ( 10 a 20 anos). Outras sentem fraqueza, têm pouco apetite, sentem-se doentes e perdem peso. Quando ocorre uma obstrução do fluxo da bile pode ocorrer icterícia, coceira na pele. A desnutrição ocorre devido a falta de apetite e à absorção insuficiente de gorduras e de vitaminas lipossolúveis, resultante da pequena produção de sais biliares.
Em algumas ocasiões, os doentes podem perder grandes quantidades de sangue com a tosse ou o vômito devido a hemorragias produzidas por rompimento de veias varicosas situadas na parte inferior do esôfago (varizes esofágicas). Estes vasos sanguíneos dilatados desenvolvem-se devido à elevada pressão do sangue nas veias que vão do intestino ao fígado. Essa alta pressão, denominada hipertensão portal juntamente com uma função hepática reduzida, pode originar um acumulo de líquido no abdômen (ascite) e também pode produzir insuficiência renal e encefalopatia hepática.
Ao contrário do fígado normal, o fígado cirrótico tem uma superfície que não é lisa e que se encontra coberta por múltiplos nódulos pequenos ou grandes.
Outros sintomas da doença hepática são a fraqueza muscular, a vermelhidão das palmas das mãos (eritema palmar), flexão dos dedos da mão (contratura de Dupuytren), pequenas aranhas vasculares na pele, aumento de volume dos seios nos homens (ginecomastia), aumento de tamanho das glândulas salivares nas maçãs do rosto, perda do cabelo, redução de tamanho dos testículos (atrofia testicular), impotência sexual e fraqueza muscular e neural (neuropatia periférica).
Diagnóstico
Uma ultrassonografia do abdome pode revelar um aumento ou redução do fígado.
Exames de função hepática e coagulação podem esclarecer o diagnóstico.
O diagnóstico definitivo pode ser confirmado quando possível e sem contra-indicações através de biópsia de fígado ou outros exames de avaliação da fibrose hepática ( ARFI- elastografia por ultrassonografia, Fibroscan), exames para avaliar o grau da hipertensão portal ( Endoscopias digestivas, ultrassons com Dopller do sistema porta), e outros métodos de imagem.
Prognóstico e tratamento
A cirrose é uma lesão progressiva.
Se a causa da cirrose for o álcool e o indivíduo deixar de beber, o processo de cicatrização geralmente é interrompido, mas o tecido hepático já cicatrizado fica assim indefinidamente. Em geral, o prognóstico é pior nos casos que apresentam complicações graves, como vômitos de sangue, uma ascite ou uma alteração da função do cérebro(encefalopatia).
O câncer hepático (carcinoma hepatocelular) é mais frequente nas pessoas com cirrose causada por infecções Crônicas do vírus da hepatite B ou C, por um excesso de ferro (hemacromatose) ou então por uma doença por depósito de glicogênio de longa evolução. O aparecimento de cancêr no fígado em indivíduos com cirrose causada pelo abuso de álcool também é possível.
Não existe cura para a cirrose. O tratamento consiste no abandono dos agentes tóxicos que provocaram o seu aparecimento tais como o álcool, uma dieta adequada que inclua um suplemento de vitaminas e o tratamento das complicações à medida que se apresentem.
O transplante de fígado pode ajudar uma pessoa com cirrose avançada, mas se o paciente continuar a abusar do álcool ou se houver outras causas como hepatites virais, o fígado transplantado também poderá desenvolver cirrose por recidiva desses vírus.
Dra. Eloiza Quintela- CRM SP 80854
Cirurgiã de Transplantes Hepáticos - Gastro- hepatologista especialista no tratamento das doenças hepatobiliopancreaticas.
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