Biópsia Hepática
O que é ?
Uma amostra de tecido hepático pode ser obtida através de uma punção biópsia com agulha (inserção de uma agulha através da pele até o órgão) com paciente anestesiado (anestesia local ou sob sedação).
Como o dano hepático pode acontecer até mesmo em casos assintomáticos (nenhum sintoma), é importante executar a biópsia e determinar se há inflamação, especialmente antes de iniciar o tratamento com medicamentos específicos.
O exame anátomo-patológico irá definir o dano hepático pelo vírus ou outras causas.
Serão utilizados critérios internacionais para graduar a fibrose no fígado. Quanto maior a fibrose maior a agressão do órgão.
A biopsia confirma o diagnostico assim como determina o volume de danos causados no órgão. É também utilizada apos transplantes para determinar a causa de exames elevados e determinar se existe rejeição do órgão transplantado ou recidiva de vírus.
Exames Diagnósticos necessários pré - biópsia hepática
Laboratoriais: hemograma, plaquetas, tempo de protombina, glicemia, sódio, potássio, uréia, creatinina eletroforese de proteínas, perfil bioquímico hepático, perfil lipídico. Sorologias para vírus das hepatites. PCR qualitativo e/ou quantitativo, genotipagem para vírus hepatite C.
Radiológicos, som e imagem: Ultrassom de abdome superior ou tomografia de abdome.
Endoscópicos: (em casos de doença = cirrose).
Endoscopia digestiva alta para diagnóstico de varizes esofágicas denotando hipertensão portal e orientando encaminhamento a outro grupo que acompanhe pacientes com necessidade de tratamento cirúrgico.
Indicações para biópsia hepática percutânea
1. Diagnóstico anátomo-patológico para estadiamento METAVIR, pré-tratamento em hepatopatias virais crônicas.
2. Após tratamento, repetir biópsia hepática a cada cinco anos, (seguimento e estadiamento de fibrose = cirrose). Consensos atuais.
Técnicas
1- Punção com agulha de Tru Cut:
É o método mais comum, retira-se uma amostra do tecido através de uma agulha que é inserida por uma fração de segundo, na área determinada.
Realizada em ambiente hospitalar ou ambulatorial, é necessário observação e repouso pós-punção por três a seis horas, e caso não haja complicações, o paciente é liberado para casa.
O médico determina a melhor posição, profundidade e localização da punção, através de exame físico ou ultra-sonografia.
A pele e a região sob a pele serão anestesiadas, uma agulha penetrara rapidamente na área determinada.A dor pode ocorrer em alguns casos, principalmente dor referida no local da punção e também no ombro direito.
2- Punção com agulha de Tru Cut guiada por Ultrassom ou Tomografia:
Realiza-se a punção com agulha de Tru Cut guiada por algum método de imagem. É ideal em casos de tumores onde a localização da lesão é importante.
3- Outros métodos:
Outros procedimentos utilizados, porem não muito comuns, são: laparoscopia, o transjugular e a biopsia cirúrgica.
Riscos
O risco mais comum é o sangramento através do local onde a agulha foi inserida no fígado (risco inferior a 1% dos pacientes). Outra complicação possível seria o punção de outros órgãos como o rim, o pulmão ou o intestino.
O paciente deve observar os seguintes sinais: suor frio, palidez, tontura, tremores, desmaios. Se apresentar qualquer um desses sinais deve se deitar sobre o local da punção e pedir para alguém entrar em contato com o médico que realizou o exame.
O risco de morte por biopsia de fígado é extremamente baixo, entre 0.1 e 0.01%.
Repetição do procedimento
Sempre necessário antes do inicio do tratamento para avaliar as alterações causadas pelo fator agressor ao fígado.
Em doenças onde ocorre piora dos exames, mudança de medicação, etc.
Em pós-operatório de transplantes para avaliar rejeições do órgão, recidiva de vírus, etc.
Fonte:
1-Practice guidelines for liver biopsy.
Canadian Association of Gastroenterology. Can J Gastroenterol. 2000
Jun;14(6):481-2.
GUIDELINES LIVER BIOPSY
Passo a passo de uma biópsia