DIETA PARA CELÍACOS
Dieta pobre em gluten
Adeus, glúten!
Pães, massas, bolos, biscoitos, coxinhas e quibes têm muito em comum. Além de agradar à maioria dos paladares, também contêm o glúten em sua composição. O que pode não significar muito para a maioria das pessoas é um risco para quem tem doença celíaca, um mal que atinge boa parte da população mundial. Segundo a Organização Mundial de Gastroenterologia, essa doença atinge 1 em cada 100 adultos e 1 em cada 300 pessoas no mundo. As mulheres são acometidas duas vezes mais do que os homens.
Ao ingerir alimentos que contenham a substância, essas pessoas apresentam diarréia crônica, gases, distensão e cólicas abdominais, sintomas facilmente confundidos com outras doenças. Essa reação contra o glúten causa mais que o mal-estar: acaba afetando a absorção dos nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo. “A insistência em consumir alimentos com glúten atrofia a mucosa intestinal, que perde a capacidade de absorção. Dessa forma, pode provocar desnutrição grave, osteoporose, problemas neurológicos, tudo isso pela falta de nutrientes e vitaminas A, D, E, K, ácido fólico, entre outros”, explica a Dra.Eloiza Quintela, gastroenterologista do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE).
Possíveis fatores que ocasionam essa doença ainda estão em estudo. Por enquanto, sabe-se que uma das causas é genética. Isso porque existe maior incidência em famílias que já apresentam esse quadro. Entretanto, ainda há controvérsias sobre o cromossomo que carrega a predisposição genética para a recusa do glúten pelo organismo.
Cuidados essenciais
Para diagnosticar a doença são realizados testes de sangue, exames para avaliar a gordura nas fezes e endoscopia digestiva alta para verificar se existe atrofia das vilosidades do intestino, com coleta de material para biópsia (com a retirada de uma parte microscópica do intestino para análise).
Quando a doença celíaca é descoberta, o único remédio é a dieta. A simples atitude de deixar de lado produtos que contenham glúten recupera a capacidade de absorção do intestino delgado e o mal-estar desaparece. Ou seja: é necessário evitar trigo, aveia, centeio, cevada, malte e seus derivados, nos quais o glúten está presente. Parece difícil abrir mão de comer as delícias, mas atualmente há várias opções de alimentos saborosos para compensá-las.
Podem ser incluídos na dieta biscoitos, pães e confeitos feitos de arroz e flocos de milho, por exemplo. O amido de milho e a farinha de batata servem também para engrossar molhos e cremes”
De acordo com Eloiza Quintela, Gastroenterologista do HIAE, farinha ou amido de milho, farinha de batata, de arroz, de mandioca, polvilho e araruta são substitutos do glúten. “Podem ser incluídos na dieta biscoitos, pães e confeitos feitos de arroz e flocos de milho, por exemplo. O amido de milho e a farinha de batata servem também para engrossar molhos e cremes”, orienta.
O portador da doença celíaca deve observar com atenção as embalagens dos produtos nas prateleiras do mercado. Pela lei nº 10.674, de 16 de maio de 2003 todos os alimentos prontos devem ter estampado no rótulo se contêm ou não glúten. Caso haja desconfiança na composição do alimento, o melhor é optar por outra marca.