A bactéria causadora de úlceras e tumores no estômago
Helicobacter pylori
O que é?
É uma bactéria de formato espiral que está presente em grande número de pacientes com gastrite e em torno de 95% de pacientes com úlcera duodenal. Ela vive abaixo da camada de muco (tipo de saliva que os órgãos do aparelho digestivo produzem) para se protegerem da ação ácida do estômago, a qual não resistiriam. Ou ainda entre as células do estômago. Tem preferência por um tipo especial de célula gástrica que se encontra no antro gástrico (porção do estômago antes do duodeno).
Como é transmitida?
Fortes evidências mostram que aproximadamente 50% da população mundial têm esta bactéria.
A grande maioria das pessoas adquire na infância. Quanto mais baixa a condição sócio-econômica maior a incidência de infecção da bactéria.
Não é transmitida através de animais.
O ser humano é o único portador desta espécie, portanto o meio de transmissão é através de pessoas contaminadas.
Quais são os sintomas?
Os sintomas são variados.
A pessoa pode não ter qualquer sintoma ou apresentar sintomas chamados dispépticos como náusea, inapetência, estufamento, digestão difícil dos alimentos, gases, etc.
Outros sintomas incluem dor intensa tipo queimação ou vazio na boca do estômago geralmente secundário a uma gastrite ou úlcera que pode ser gástrica ou duodenal.
Por que variam tantos os sintomas?
Acredita-se que a bactéria sozinha não é capaz de causar a doença pois existe um número considerável de pessoas que estão infectadas e não tem qualquer sintoma ou doença.
Outros fatores associados podem desencadear o início da doença como idade, tabagismo, fatores genéticos, nível de secreção ácida do estômago, dieta, e muitos outros. O importante é saber que o tratamento não muda conforme esses fatores.
Como é feito o diagnóstico?
Existem 4 métodos mais utilizados:
- Através de uma biópsia durante o exame endoscópico. Este fragmento pode ser:
- Encaminhado a um serviço especializado de patologia clínica onde é examinado através de um microscópio; este exame leva alguns dias, ou
- Ser introduzido numa espécie de líquido ou gelatina que contém reagentes que mudam de cor devido a produtos químicos que a bactéria produz. Algumas horas depois já é possível saber se a pessoa está ou não com a bactéria. É um exame que apresenta uma eficácia de aproximadamente 98%
- Outra maneira é através de um exame de sangue onde é verificada a presença de anticorpos contra a bactéria. O problema é que depois do tratamento não é possível repetir este exame, pois os anticorpos que produzimos ficam para sempre. São chamadas cicatrizes imunológicas.
- O terceiro método bastante utilizado é chamado de teste respiratório. A pessoa precisa ingerir uma substância específica sensível a presença da bactéria que é transformada, absorvida e eliminada através da respiração. É então solicitado para o paciente respirar num pequeno tubo que detecta a presença desta substância. É considerado um exame bastante preciso e sem riscos.
Existe alguma relação da bactéria com o câncer de estômago?
Sabe-se que um grande número de pacientes com câncer de estômago, principalmente alguns tipos em especial, tem a bactéria presente. Porém não existe qualquer comprovação direta da associação do helicobacter pylori com o câncer de estômago. A maioria dos trabalhos científicos são puramente especulativos e sem fundamento. Pesquisas continuam sendo realizadas neste sentido.
Como é feito o tratamento?
O tratamento é feito com vários esquemas antibióticos. O seu médico, através de critérios pessoais deverá escolher o melhor para você.
Para se ter uma idéia da importância do tratamento, pessoas não tratadas da bactéria tem chance de voltar a ter úlcera ou gastrite em um ano, em torno de 80 a 95%. Pessoas tratadas têm próximo de 1% de chance de voltar.
Como sei se estou curado? Após 30 dias cessado o tratamento:
- Através do teste respiratório
- Através da biópsia