Biópsia do fígado
A biópsia do fígado indica o grau de necrose celular (morte de células), inflamação (infiltração celular e inchaço), e cicatrização (tecido cicatrizado).
Faz o diagnóstico histopatológico, gradua e estadia as lesões, confirma outras co-morbidades hepáticas, tais como: esteato-hepatite, hemocromatose, hemosiderose, grau de esteatose e pesquisas imuno-histoquímicas.
O grau de lesão hepática pode estar falseado se o paciente é co-infectado com HIV ou em qualquer outra condição de imunodepressão.
A biópsia hepática é sempre desejável, quando possível. Entretanto, pode ser dispensada em pacientes com evidências clínico-laboratoriais bastante claras de cirrose hepática, ou quando existam critérios de exclusão.
Na HCV a biópsia é essencial para definir conduta. Ainda que alguns centros mundiais estejam eliminando a biópsia em HCV genótipo 2 e 3, recomendamos.
Na Co-infecção HIV-HBV/HCV a indicação de biópsia hepática deve ser individualizada caso a caso, pesando risco-benefício.
A biópsia hepática é o método mais eficaz para estabelecer o grau de fibroses e sua velocidade de progressão, mas por se tratar de um procedimento considerado uma pequena cirurgia apresenta vários inconvenientes, por isso se procuram métodos que causem menos incômodos ao paciente e que possam informar o prognóstico em longo prazo.
Após receber diagnóstico da hepatite C, a indicação de um exame passa a ser o mais apreensivo e até assustador para o infectado com a hepatite C, a chamada BIOPSIA.
Isto é, por que tradicionalmente a palavra biópsia se encontra relacionada ao câncer ou por se tratar de um procedimento cirúrgico, assim, por um ou outro motivo poucos aceitam a idéia de realizar o procedimento de forma tranqüila.
Os resultados dos exames de laboratório (exames de sangue) ou de imagens não fornecem informações completas nem seguras em relação a tomar a decisão sobre a necessidade de se indicar o tratamento da hepatite C. Somente a biópsia e que consegue mostrar com maior precisão o verdadeiro estado do fígado.
Assim, a biópsia não é necessária para estabelecer o diagnostico da hepatite C. Para o diagnostico da doença o resultado do PCR é definitivo e inequívoco e um resultado positivo confirma a presença da infecção.
A biópsia irá fornecer uma fonte de informação sobre a fibrose existente e a avaliação da histologia do fígado.
Sabemos que as transaminases não indicam a existência de fibrose e exames de imagens ou cálculos feitos seguindo resultados de exames de sangue podem ter assertividade nas fases mais avançadas do dano hepático, mas não conseguem classificar fases intermediarias de fibroses.
Somente uma biópsia é que fornece informações sobre algum possível depósito de ferro no tecido do fígado, ou o grau de depósitos de gordura (esteatoses) ou um dano provocado pelo consumo excessivo de álcool.
A infecção com os genótipos 2 ou 3 pode ser um motivo para se dispensar a realização da biópsia e se indicar o tratamento, pois estes genótipos apresentam uma boa resposta ao tratamento, acima de 70% e até superando os 80% em alguns casos.
Nos outros genótipos, em especial nos genótipos 1 e 4, genótipos que apresentam uma resposta menor ao tratamento, a biópsia é fundamental.