Hepatite C – “Epidemia Silenciosa”
O que é ?
O vírus da hepatite C (HCV) foi isolado pela primeira vez em 1989. Até então, qualquer hepatite viral não identificada como causada por vírus A e B era denominada "hepatite Não-A, Não-B".
Só a partir de novembro de 1993 passou-se a pesquisar no Brasil, a presença do vírus em doadores de sangue. Até então, muitas pessoas que haviam recebido transfusão de sangue, adquiriram o HCV e são hoje portadoras de hepatite crônica viral. Muitas delas não apresentam sintomas e só descobrem a infecção ao doar sangue ou exames de check-up.
Ao contrário da hepatite A, a hepatite C, na maioria dos casos, evolui para uma infecção crônica (80% dos casos).
A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que, no mundo, 170 milhões de pessoas sejam portadores da doença. Os números nacionais também preocupam.
De acordo com estimativas do Ministério da Saúde, cerca de dois a três milhões de brasileiros podem estar infectados pelo vírus C, ou seja, 1,5% a 2% da população. Isso faz da hepatite C um dos mais sérios problemas de saúde pública no Brasil, sendo a principal causa de transplante de fígado no país (cerca de 40%).
As estatísticas também mostram que a hepatite C infecta hoje cinco vezes mais brasileiros que a Aids. A persistência do HCV-RNA por mais de seis meses após a infecção caracteriza a infecção crônica pelo HCV. Cerca de 70% a 80% das pessoas infectadas pelo HCV podem evoluir com infecção crônica.
O vírus:
Pertence ao gênero Hepacivirus da família Flaviviridae, sendo seu genoma constituído por uma hélice simples de RNA.
Existe uma grande variabilidade na seqüência genética do HCV. As amostras isoladas em todo o mundo foram agrupadas em 6 genótipos, sendo no Brasil, mais freqüentes os genótipos do tipo 1 e 2. Dentre esses, o genótipo 1 caracteriza-se pela maior resistência ao tratamento antiviral.
Estima-se que a prevalência da infecção crônica pelo HCV esteja ao redor de 1% da população em geral.