Existe medicamento para combater o alcoolismo?
O FDA - órgão que regulamenta o uso de medicamentos nos Estados Unidos, aprovou três medicamentos no combate ao alcoolismo. O primeiro aprovado na década de 40 é um medicamento que funciona como um breque psicológico para ouso da bebida. A pessoa precisa ser devidamente informada pelo medico de que uma vez tomando este medicamento, se ingerir bebidas alcoólicas terá' uma reação desagradável que pode ir de náusea a vômitos e crises hipertensivas graves. Portanto este medicamento só pode ser administrado com a concordância do paciente que precisa estar devidamente informado sobre os efeitos da interação do medicamento com o álcool. Este remédio esta indicado para pessoas que embora desejam parar de beber, não conseguem. O medicamento vai ajudar o paciente a mudar o seu habito com relação a bebida. No momento em que a pessoa sente vontade de beber lembra -se de que esta fazendo uso do medicamento e evita de beber (breque psicológico). Com o passar do tempo a pessoa vai se acostumando a não beber e um novo habito vai se formando até que o uso do medicamento não seja mais necessário . O segundo e terceiro medicamentos foram aprovados na década de 90. Eles tem um efeito completamente diferente do medicamento citado acima. Apresenta pouca interação com o álcool - ou seja, se a pessoa beber e tomar o remédio não vai ter as reações que o medicamento citado acima provoca. Estes medicamentos atuam diminuindo a vontade de beber. Atua na fissura ou no desejo subjetivo de fazer uso do álcool.
Estes são os únicos medicamentos aprovados para o tratamento do alcoolismo. Qualquer outro (por exemplo, vacinas) não possui evidencia cientifica nem pesquisas que comprovem a eficácia. Qualquer um destes medicamentos são vendidos exclusivamente com receita medica e não devem ser usados sem o acompanhamento de um medico, porque em determinadas situações não podem ser usados. Só o médico poderá dizer a quem o medicamento está melhor indicado ou a quem ele está contra-indicado. Alem disso as pesquisas apontam que o uso destes medicamentos de forma isolada, sem um tratamento não farmacológico (como grupos de auto-ajuda, psicoterapia etc.), não tem um boa eficácia.
Dr. Cláudio Jerônimo da Silva UNIAD/Depto Psiquiatria - UNIFESP/EPM