Seja um Doador
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
1) Como devo expressar o desejo de doar meus órgãos?
É preciso comunicar a sua família esta decisão e deixar claro o seu desejo em ser doador. Isto porque a família é que decide sobre a doação.
2) Como é a Lei de Transplantes?
A legislação em vigor determina que a família será a responsável pela decisão final, não tendo mais valor a informação de doador ou não doador de órgãos, registrada no documento de identidade.
• Doador Vivo:
A pessoa maior de idade e capaz juridicamente pode doar órgãos a seus familiares. No caso de doador vivo não aparentado é exigida autorização judicial prévia.
• Sistema Nacional de Transplante:
Criado para dar maior controle e organização às atividades:
o transplante de órgãos/tecidos só pode ser realizado pelos estabelecimentos de saúde previamente autorizados pelo Gestor Nacional do Ministério da Saúde.
• Cadastros Técnicos:
Foi instituída a Lista Única de Receptores, com vários cadastros separados por órgãos, tipos sanguíneos e outras especificações.
Estes apresentam uma ordem seguida com total rigor e controlada pela Secretaria de Saúde.
3) Quais órgãos/tecidos podem ser obtidos de um doador vivo?
Um dos rins, parte do fígado, parte da medula e parte dos pulmões.
4) Quem pode doar em vida?
O médico deverá avaliar a história clínica da pessoa e as doenças prévias. A compatibilidade sanguínea é primordial em todos os casos.
Há também testes especiais para selecionar o doador que apresenta maior chance de sucesso.
5) Quais os órgãos/tecidos que podem ser obtidos de um doador não vivo?
Órgãos: rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado e intestino.
Tecidos: córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, veias e artérias.
6) Quem recebe os órgãos/tecidos doados?
Após efetivada a doação a Central de Transplantes do Estado é comunicada e através do seu registro de listas de espera seleciona seus receptores mais compatíveis.
7) Quem é o potencial doador não vivo?
São pacientes assistidos em UTI com quadro de morte encefálica, ou seja, morte das células do Sistema Nervoso Central, que determina a interrupção da irrigação sangüínea ao cérebro, é incompatível com a vida, irreversível e definitivo.
8) Após a doação o corpo fica deformado?
Não, de modo algum. A retirada dos órgãos é uma cirurgia como qualquer outra realizada com todos os cuidados de reconstituição, o que também é obrigatório por lei.
Morte Encefálica |
O que é morte encefálica? |
DECIDA PELA VIDA - DOE ÓRGÃOS
Uma nova chance de vida tem sido possível para muitas pessoas através do avanço científico dos transplantes. O Brasil é o segundo país do mundo em números absolutos na realização de transplantes, mas a realidade da fila de espera – última alternativa de vida para muitos – ainda demonstra o quanto é preciso que mais e mais pessoas se sensibilizem para o problema.
A doação de órgãos tem sido um assunto amplamente divulgado nos últimos tempos. E não é para menos. Até mesmo a escola de samba Mocidade de Padre Miguel, em 2003, tratou do tema em pleno sambódromo carioca com o objetivo de divulgar a importância da doação de órgãos.
Vida nova
O comerciário baiano Valdoeny de Novaes Franco, 39 anos, é um exemplo vivo dessa importância. Natural de Valença, casado e pai de dois filhos, Valdoeny sofria de cirrose por vírus C da Hepatite. Além da cirrose, teve diagnosticado um tumor no fígado. Durante três meses ele apostou na vida integrando a lista de espera por um transplante hepático. Sem a cirurgia, a sua expectativa de vida era de algo em torno de 18 meses. “Todos nós sabemos que um dia vamos morrer, mas é difícil encarar uma data certa para isso acontecer”, conta Valdoeny.
Em dezembro de 2001, a tão esperada notícia chegou – um jovem de 24 anos havia morrido de traumatismo craniano num acidente de motocicleta e a família optou pela doação dos órgãos. Valdoeny foi o primeiro paciente submetido a transplante hepático na Bahia. A cirurgia foi realizada no Hospital Português, pelo SUS, e ele recebeu alta hospitalar no dia 11 de janeiro de 2002. Até hoje, Valdoeny comparece com alegria a todas as consultas e exames de acompanhamento. “Não tinha condições financeiras de fazer o transplante fora da Bahia, mas nunca perdi a esperança”, explicou. Hoje, ele é um grande incentivador da doação de órgãos e, sempre que é convidado, participa de eventos para demonstrar que outros casos como o seu podem ser realidade se mais pessoas forem a favor da doação.
Morte encefálica
A morte encefálica é a morte do cérebro, incluindo o tronco cerebral que desempenha funções vitais como o controle da respiração.
Quando isso ocorre, a parada cardíaca é inevitável. Embora ainda haja batimentos cardíacos, a pessoa com morte cerebral não pode respirar sem os aparelhos e o coração não baterá por mais de algumas poucas horas. Por isso, a morte encefálica já caracteriza a morte do indivíduo.
Quando ocorre a morte encefálica, é fundamental que os órgãos sejam aproveitados para doação enquanto ainda há a circulação sangüínea irrigando-os, ou seja, antes que o coração deixe de bater e os aparelhos não possam mais manter a respiração do paciente.
É importante esclarecer que a morte encefálica, ao contrário do que muita gente imagina, é muito diferente do estado de coma. No coma, as células cerebrais continuam vivas, executando suas funções vitais; o que ocorre é uma falta de integração entre o indivíduo e tudo o que o rodeia. Na morte encefálica, as células nervosas estão sendo rapidamente destruídas, o que é irreversível.