Alterações da tiróide durante o tratamento com interferon
O tratamento com interferon por se tratar de um imunomodulador pode produzir diversas alterações no organismo, especialmente na glândula tiróide em aproximadamente 3% a 4% dos pacientes tratados, os quais podem desenvolver hipo ou hipertiroidismo e os anticorpos antitiróideos (antimicrossomais e antitireoglobulina) podem estar presentes até em 30% dos pacientes (em especial mulheres) com hepatite C.
A aparição dos anticorpos antitiróideos é um fator de risco para desenvolver tireoidites autoimune motivo pelo qual o médico deve estar atento a sua detecção junto à do hormônio tiroestimulante (TSH), devendo ser uma norma a realização de exames de detecção em todos os pacientes antes de começar o tratamento com interferon peguilado e ribavirina.
Durante o tratamento, deve-se realizar um controle da função tiróide cada três a quatro meses até o final do tratamento.
Em aproximadamente a metade dos pacientes o hipotiroidismo é transitório, mas em alguns casos o hipotiroidismo induzido pelo interferon pode ser irreversível depois do final do tratamento da hepatite C.
A detecção do hipotiroidismo durante o tratamento não é uma indicação para sua interrupção, especialmente se o tratamento da hepatite C apresenta critérios favoráveis de resposta terapêutica podendo se tentar controlar a alteração com tratamento utilizando hormônio tiróide.
O desenvolvimento de hipertiroidismo é menos freqüente durante o tratamento com interferon e pode preceder ao hipotiroidismo durante a evolução de uma tireoidite autoimune.
Carlos Varaldo
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